Companhia Teatro Portátil estreia Valsa nº6 no CCBB RJ

Pela primeira vez uma peça de Nelson Rodrigues será adaptada para o teatro de animação. “Valsa nº 6”, monólogo escrito em 1951, apresenta uma jovem assassinada aos quinze anos que tenta se lembrar do que aconteceu. As imagens chegam aos pedaços e ela vai reconstituindo o passado, ainda recente. A montagem da Companhia Teatro Portátil, com direção de Alexandre Boccanera, estreará no dia 13 desetembro, no CCBB Rio. A temporada será de quarta a domingo, às 19h30.

 

No ano em que se comemora o centenário de nascimento de Nelson Rodrigues, a Companhia Teatro Portátil transpõe para o palco da animação a poética de “Valsa nº 6”. Afinal, o autor destacou-se não apenas pelo conteúdo de suas peças, mas especialmente pela forma de narrar suas histórias. “Nelson foi um inventor de linguagem e merece ser tratado como tal”, afirma  Alexandre Boccanera. A proposta de encenação da companhia utiliza recursos da linguagem de animação para valorizar a essência poética do texto, já que “a peça tem o formato de um poema dramático”,conclui o diretor.

 

Em cena Flávia Reis, Julia Schaeffer e Guilherme Miranda, que também assina a direção musical, manipulam a protagonista do espetáculo: a boneca Sônia. Sem descaracterizar o monólogo, que é levado ao palco na íntegra,a boneca contracena com seus manipuladores para dar vida ao universo poético da peça. Um piano fragmentado e projeções de desenhos animados compõem o cenáriode memórias da personagem que busca remontar a sua história.

 

A ideia de encenar um texto de Nelson Rodrigues com animação partiu da Flávia Reis. Nos espetáculos anteriores a Companhia Teatro Portátil,que desenvolve uma pesquisa sobre a linguagem da animação, criou o próprio roteiro de encenação. “Desta vez eu queria trabalhar partindo de uma boa dramaturgia”, explica Flávia.

 

A atriz destaca que a temática da peça foi primordial para aescolha. “A peça questiona nossa existência. Colocar uma boneca – um objeto inanimado – em cena, cheio de vida, indagando ao espectador sobre o que é estar vivo, representa para mim uma metáfora dessa questão”.

 

No palco, além da boneca, estão as memórias de Sônia, projetadas em filmes de animação. A proposta é trabalhar com diferentes dimensões narrativas e metafóricas, reais e fictícias, presentes na peça. “É uma experiência estética muito especial”, define Flávia.

 

SERVIÇO

VALSA Nº6

Estreia 13 de setembro de 2012, às19h30.

Até 21 deoutubro de 2012.

De quarta adomingo, às 19h30.

CentroCultural Banco do Brasil – Teatro I

R. Primeirode Março 66, Centro.

Tel.: (21)3808-2020

Bilheteria:de terça a domingo, das 10h às 21h.

Classificaçãoetária: 14 anos

Duração: 50min

Ingressos:R$6 (inteira) e R$ 3 (meia)

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