Banda aclamada pelo público brasileiro, ganhadora de um reality show com votação aberta na maior rede de televisão brasileira e disco mais vendido no país em 2014. São muitos feitos para tão pouco tempo de estrada (desde 2013), o que trouxe um status de “Fenômeno” à Malta, e, portanto, gerou grande expectativa em relação ao seu show.
Passava das 22h30 de uma sexta-feira 13, e apesar de não ser supersticioso, algumas coisas estranhas aconteceram. Ao chegar à porta da Fundição Progresso (casa de show tradicional do Rio de Janeiro) havia uma fila que não tinha fim, dava pra perder de vista no horizonte a quantidade de pessoas que aguardavam a entrada no local. Até aí, nenhuma surpresa, devido ao sucesso que a banda tem feito e sua constante presença nas mídias sociais. Ocorre que, ao adentrar a Fundição, percebia-se um local relativamente espaçoso (algo não esperado pela expectativa que a banda carrega), não chegou nem perto de ser uma noite de casa lotada, e ainda distante de poder dizer que estava “cheio”.
Depois de um certo atraso, apenas por volta de 00h20 a introdução da primeira música “Entre Nós Dois” começa a tocar, dando início ao show.
A produção de palco realmente é interessante e surpreende para uma banda nova. Muitas luzes com o logo e características do design da banda, o que demonstra o quanto sua produtora investe, apostando em seu sucesso.
A Banda é formada por Bruno Boncini (Voz e violão), Adriano Daga (Bateria), Thor Moraes (Guitarra) e Diego Lopes (Baixo). Os dois primeiros demonstraram um talento indiscutível. Bruno mostra que sabe cantar, e tem um timbre diferente que combina com suas composições. Daga, por sua vez, mostra segurança, técnica, e ainda fez um solo de bateria bastante competente. Por acaso já havia escutado seu nome por conta de seus trabalhos como produtor junto à Brendan Duffey no Norcal Studios de São Paulo.
Porém, nem tudo foram flores naquela sexta-feira 13. O show peca pela perfeição. Estranho? Sim. Mas o motivo será explicado. Muitas passagens das músicas me pareceram pré-gravadas, instrumentos que você escuta e não vê os integrantes tocando, o que agrada muito o público leigo que vai pela festa e pelo contato com o artista, mas desagrada o crítico, que busca a expressão artística em sua essência.
Outro ponto negativo foi o tamanho do show. Que teve pouco mais de uma hora de duração, e no meio ainda houve um solo de bateria, e o momento “cover” do Bruno Boncini, onde em pouco tempo, toca diversas músicas famosas nas quais ele consegue fazendo apenas quatro acordes. O que é interessante em um viral do “youtube”, mas não em uma apresentação desse porte. Porém, o público me pareceu ter gostado.
Outro momento “estranho” foi quando a produção aparece com um bote inflável no palco, e numa troca de funções, Bruno Boncini vai para a bateria, enquanto Adriano Daga se joga no público dentro daquele bote. Thor Moraes também se arriscou depois, arrancaram uns gritos histéricos das meninas, mas pela casa não estar cheia, não chegaram muito longe. Ainda assim a maioria do público também pareceu ter gostado dessa brincadeira.
Destaque para as seguintes músicas: “Nova História”, que tem um riff impactante e acabou por ser ponto alto da noite, “Diz Pra Mim”, trilha de sucesso da novela, e que fez algumas meninas chorarem ao escutá-la naquela noite, “Baby” onde o Bruno Boncini convida uma garota da platéia e “declara-se” para a mesma ao cantar os versos da música, e por fim, “Supernova”, uma música mais rápida que se difere das muitas baladas executadas pela banda, tem um refrão fácil de ser cantado e funciona bem no fim da apresentação.
E assim foi. Sem bis, terminando com a tradicional foto com o público, que me pareceu satisfeito no fim da apresentação.
Se fosse para dar uma nota para a apresentação do dia seria 5.0. Os fãs da Banda Malta parecem felizes em apenas escutar suas músicas e ver seus integrantes ao vivo. Mas eu fiquei esperando a justificativa prática de todo esse sucesso, e eles ainda estão me devendo essa.
Jaime Martins | Fotos: Divulgação