Compositor Ravi Shankar responsável pela introdução da cítara no mundo ocidental, faleceu aos 92 anos na terça-feira (11) em San Diego, Califórnia.
Ravi guarda consigo três grammys além de aparições marcantes no Festival de Monterey e o famoso Woodstock. Dotado de uma saúde frágil, o artista sofria de problemas respirátorios e cardíacos desde o ano passado, foi submetido por uma cirurgia para substituição de válvula cardíaca. A operação foi bem sucedida mas durante o pós-operatório Shankar não conseguiu resistir.
“Embora seja um momento de sofrimento e tristeza, é também um momento para agradecer por tê-lo como uma parte de nossas vidas. Ele vai viver para sempre em nossos corações e em sua música”, informou a família em um comunicado.
“Infelizmente, apesar dos melhores esforços dos cirurgiões e médicos que cuidaram dele, seu corpo não foi capaz de suportar a tensão da cirurgia. Nós estávamos ao seu lado quando ele morreu”, explicaram sua esposa e a filha Anoushka Sukanya.
Ravi traçou desde cedo seu caminho no mundo da música. Aos 16 anos estudava o instrumento cítara e um pouco depois, saiu em excursão pela Europa e EUA. Sua amizade com George Harrison de quem foi professor na década de 60, tornou o compositor indiano e sua cítara um fator possível na música ocidental. Os Beatles os chamava de “padrinho da música mundial.”
Em sua bagagem, Shankar traz participações ao lado do violinista Yehudi Menuhin, o guitarrisma John McLaughlin, com quem fundou o grupo Shaki, não esquecendo também dos seus trabalhos para a banda One Truth Band com o disco “Touch me there” e o concerto que compôs a pedido da london Symphony, que estreou no Royal Festival Hall em meados da década de 70.
Mas o que realmente muitos desconhecem é o fato da cantora norte americana de jazz Norah Jones ser uma de suas filha. A artista vivia uma relação conturbada com o pai.
Shankar realizou sua última apresentação com sua filha Anoushka Shankar em 4 de novembro, Long Beach, na Califórnia. Ravi deixa três netos, quatro bisnetos, e um possível grammy pelo qual foi indicado pelo seu disco mais recente “The living room sessions, parte 1”.
Por Juliana L. Farias