Texto: Thaís Sant’Anna
Fotos: Lívia Bueno
Sandy entrou no palco do Vivo Rio cantando “Pés descalços” para o último show no Rio de Janeiro da turnê “Manuscrito”, no dia 11 de novembro. O palco tem decoração retro, com molduras penduradas e um telão que passa imagens antigas. Ao cumprimentar o público após a segunda música, ela pergunta quem ali já viu esta apresentação pelo menos umas três vezes, e a maioria da plateia levanta a mão.
A cantora tem fãs fiéis. A plateia vibra, grita e canta todas as músicas, inclusive as do novo trabalho, o EP “Princípios, meios e fins”, lançado neste mês. Sandy é simpática e carismática e arranca da plateia elogios como “linda”, “maravilhosa” e “perfeita” sem esforço. Mas quem está ali não são apenas pessoas que já a acompanham desde a época da dupla com o irmão Júnior Lima. Seu público está se renovando e se expandindo. Há crianças e também fãs peruanos na plateia, a quem ela agradece em espanhol.
Sandy mostra que não perdeu o jeito de lidar com o público adquirido ao longo dos anos de carreira em que lotava estádios. Ela os chama para acompanhá-la nas músicas, estica o microfone para a plateia cantar, acena para os conhecidos. No palco, Sandy está em casa e fica confortável tanto para ser expansiva quanto para ser mais intimista. Algumas vezes canta sentada, em outras de pé. Ela também toca piano e percussão.
Quando os versos de “Perdida e salva” são cantados aos gritos, Sandy mostra o braço, apontando que está arrepiada e diz “Assim vocês me deixam emocionada. Se eu chorar, não vou conseguir cantar”.
Ela avisa que incluiu na turnê músicas de artistas que admira e que costuma cantar e emenda em “Beija eu”, de Marisa Monte. Ela também canta “Hoje eu quero sair só”, de Lenine, “Black horse and the cherry tree”, de KT Tunstall, e “Casa”, de Lulu Santos.
Em “Dias iguais”, Nerina Pallot, que faz parceria com a cantora na música no CD “Manuscrito”, aparece cantando no telão. Depois, Sandy lembra do show especial em que cantava apenas músicas de Michael Jackson. Como gostou muito do projeto, decidiu incluir “Bad” na turnê.
O público pede as músicas do trabalho novo, por isso, ela inclui no show a não programada “Escolho você”, mesmo sem ensaio. Toda a plateia já sabe cantar. O público pede também “Segredo”, mas essa Sandy deixa para a próxima. Já no bis, ela canta “Aquela dos 30”, atual música de trabalho.
Ela diz que não poderia deixar de fora as músicas da época da dupla Sandy & Junior, pois foi o que moldou ela e o irmão como artistas e tem muito orgulho dessa história. Para o delírio da plateia, ela canta “Quando você passa” e “Estranho jeito de amar”, que estão com arranjos diferentes.
Em “Quem eu sou”, já no fim do show, a plateia se levanta e se aproxima do palco. Ela então se despede e sai. Depois volta para o encerramento com “Tempo”, sentada ao piano.
Setlist:
Pés cansados
Dedilhada
Ela/Ele
Perdida e salva
Beija eu
Tão comum
Hoje eu quero sair só
O que faltou ser
Duras pedras
Dias iguais
Bad
Escolho você
Quando você passa
Estranho jeito de amar
Black horse and the cherry tree
Sem jeito
Quem eu sou
Esconderijo
Casa
Aquela dos 30
Tempo
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