Revendo essa semana o show do The B-52s, na histórica primeira edição do ROCK IN RIO em 1985, percebi o quanto ficou claro que aquelas faraônicas dimensões prejudicaram o show do grupo, que alias estava no auge na época. Lembrando que não tínhamos ainda telões gigantescos de alta definição e a performance explosiva e cheia de coreografias desconexas e divertidas dos seus 3 vocalistas, meio que se perdiam em todo aquele espaço. Visível mesmo, estavam as perucas gigantescas e coloridíssimas, com referências aos anos 50, de suas “band-leaders”.
Dando um salto no tempo, quase 30 anos depois, ao Vivo Rio nessa sexta-feira (04/10), os fãs puderam ter exatamente o que faltou naquela apresentação. Um intimismo maior e pronto, o clima de diversão já estava instaurado! Até porque em nenhum momento vemos a banda envelhecida, por mais que não apresentem novidades. Mas tudo estava lá, intacto! Os vocalistas Kate Pierson, Cindy Wilson e Fred Schneider, estão em ótima forma física e vocal. A banda de apoio é excelente, de saltar os olhos. Com exceção das perucas, o deja-vu estava instaurado: os barulhinhos sonoros com instrumentos inusitados, as dancinhas estranhas, tudo em cima! Além é claro do repertório, em um show curto, mas eficiente (1h e 20m), onde todas aquelas músicas irresistíveis para se dançar (“Legal Tender”, “Mesopotomia”, “Private Idaho”, “Love Shack“, “Rock Lobster”, etc) estavam lá, firme e forte.
Os precursores da NEW-WAVE não fizeram feio, levando a alegria total e absoluta ao público (formada por “carequinhas” da época, viúvas dos anos 80 e novos fãs de outrora) que não lotavam a casa, mas se “acabaram” literalmente no contagiante “baile sonoro” apresentado.
O momento inusitado se deu ao final, quando um fã deu uma bandeira para Kate Pierson (ruivíssima e com a cara da Priscila Presley) e quando ela estendeu e a mostrou, não entendeu nada, porque metade vaiou ferozmente e a outra aplaudiu imensamente. Era uma bandeira do Flamengo com a logo clássica da banda. Precisou Cindy cochichar ao seu ouvido o porque daquela reação intempestiva do público, para ela soltar a bandeira com cara de repulsa, como se fosse algo contagioso, o que resultou em uma cena bastante engraçada.
Saldo final: The B-52s é sinônimo de festa das boas, com satisfação garantida!
Por Alessandro Iglesias