Aerosmith revive seus grandes momentos em novo álbum

Diz o ditado que: “Quem é bom já nasce feito”. O novo álbum do Aerosmith, “Music from Another Dimension!”, parece descrever bem essa frase. A banda, que depois de 11 anos lançou um CD com músicas inéditas, novamente se agarra ao estilo que a consagrou entre as gerações das mais distintas. E essa diferença faz o grupo passear entre uma sonoridade jovem, mas também essencialmente anos 70/80. Como os integrantes mesmo lembram: “Uma pitada de blues, mas sem deixar o Rock fora.” É paradoxo, mas autoexplicativo quando ouvimos esse novo bom trabalho dos norte-americanos.

A música que abre o CD, “LUV XXX”, deixa claro que ali tem o Aerosmith de mais de 40 anos de estrada. Se a letra ousada combina com as praticadas pelo grupo desde o seu início, os arranjos cheios de ecos e as guitarras distorcidas ao máximo com uma bateria alta, nos leva de volta aos anos 80, onde a prática era comum. Steven Tyler sempre seguro nos seus agudos demonstra estar ainda em plena forma. Se parece um hit, de fato é uma excelete canção para começar bem o novo trabalho e nos transportar aos melhores momentos do estilo Rock N’ Roll no mundo. E a fórmula mais “saudosista” se repete em “Oh Yeah”, a segunda música. Já mais trabalhada para não ser tão semelhante a anterior, traz uma pegada mais rock balada.

Já na terceira faixa temos um Aerosmith moderno mostrando as credenciais. “Beautiful”, um dos singles lançados antes mesmo do álbum, tem uma sonoridade moderna, mas com característica própria da banda. Entre elas, os riffs simples que cortam refrões ou inícios de estrofes. Depois temos a balada “Tell Me”, que lembra as grandes canções de sucesso do grupo, como “Pink” ou “Crazy”, com bastante contra canto em diversas partes e um Steven Tyler oscilando entre agudos fortíssimos e uma voz quase sussurando a canção. Outro bom momento.

“Out go the lights” e a já conhecida como single “Legendary Child” novamente nos jogam no bom e velho hard rock dos anos 80 e início dos 90. Se soa como algo deja vu, ventila também como algo diferente do que costumamos a ouvir no poluído cenário musical dos tempos modernos. E a perfomance da turma de Tyler é muito boa, principalmente nas viradas de bateria do Joey Kramer, que novamente estão altas o suficiente para embalar até quem não curte o som.

Mas de todo álbum, é em “What Could Have Been Love” que está o destaque principal do álbum. Impossível ouví-la sem lembrar dos mega sucessos do Aerosmith. É nessa canção que está o essencial elo entre passado e presente, porque une a nova geração de fãs da banda surgida nos anos 90 e 2000, aos que já estão na cola dos americanos há  muito mais tempo. Ela tem o peso das baladas já feitas anteriormente em letras românticas sem parecer um “replay”. Serve como trilha sonora para novelas brasileiras, filmes adolescentes americano ou apenas para se curtir num final de semana com amigos. É bom e tem importância sonora. Depois de algo calmo, uma mais estilo punk rock é o que ouvimos em “Street Jesus”, inclusive com efeitos digitais mixando a faixa. O velho estilo rapper de Steven Tyler cantar se confunde aos arranjos agressivos e acelerados.

A partir daí o CD parece repetir os estilos anteriormente destacados. “Can’t Stop Loving You”, “Lover Alot” e “We All Fall Down” refazem modelos ouvidos em outras faixas, mas longe de ser ruim ou forçar o ouvinte a pulá-las. Até por isso, a canção que encerra o álbum é “Another Last Goodbye”, diferente de todas em sua finalização. Apenas com piano, um pouco de sintetizador e violoncelos, Tyler canta próximo dos hits antigos, mas numa perfomance diferente, pouco natural até. Vocalizações e falsetes não faltam, o que ajuda ainda mais na diferenciação do já escutado bom trabalho do Aerosmith.

Por Bruno Guedes

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