“Amanhecer – Parte 2”: Antes tarde do que nunca

Capítulo final da “Saga Crepúsculo” surpreende por trazer boa parte das qualidades que faltaram aos outros filmes – pena que só agora…

Amanhecer – Parte 2, O Final (Breaking Dawn – Part 2, Estados Unidos, 2012) encerra a controvertida Saga Crepúsculo com um gosto de “até que enfim”. Não apenas pelo ansiado desfecho da franquia, mas também (ou principalmente) por ser o único dos cinco filmes que possui uma narrativa de verdade, capaz de satisfazer um público mais amplo do que os twilighters fervorosos.

Após a complicada – e grotesca – gravidez que quase a mata em Amanhecer – Parte 1, Bella (Kristen Stewart) é transformada em vampira por Edward (Robert Pattinson). A partir de então, a jovem morta-viva ganha novos poderes e habilidades, como uma superforça que supera até o vampiro halterofilista Emmett Cullen (Kellan Lutz). A filha do casal, Renesmee (Mackenzie Foy), é uma criança especial, que cresce de forma acelerada e em poucos dias de vida já possui o desenvolvimento de uma menina de 10 anos. Essa característica chama a atenção da vingativa vampira Irina (Maggie Grace), que denuncia Renesmee aos Volturi como uma ameaça ao seu império. Temendo a ação do clã italiano, Bella e os Cullen decidem procurar apoio em amigos vampiros ao redor do mundo para enfrentar os vilões, iniciando a grande aventura deste episódio.

O roteiro de Melissa Rosenberg (Ela Dança, Eu Danço) tem um primeiro ato um tanto enfadonho, arrastado, bem típico dos filmes da saga – todos escritos por ela. O enredo ganha vigor, no entanto, à medida que o confronto definitivo entre os vampiros do bem e do mal se aproxima. Pela primeira vez, Rosenberg e a autora Stephenie Meyer constroem para seus personagens uma trama realmente consistente, instigante e evolutiva. Os momentos de ternura entre Bella e Renesmee também ajudam nesse sentido, apesar da má atuação das duas atrizes. Os diálogos, na contrapartida, permanecem tão inteligentes e elaborados quanto os da novela mexicana Maria do Bairro.

Há um destaque maior dado ao os poderes especiais dos vampiros do bem, dando um ar X-Men que deixa o filme um pouco mais eclético e dinâmico. A batalha final entre os Volturi e os Cullen é não só a grande sequência do longa, como de toda a Saga Crepúsculo. Corre, porém, o risco de ser estragada pelo anticlímax em que incorre logo depois (quem assistir, entenda).

Bill Condon fecha seu trabalho à frente das duas partes de Amanhecer como o melhor diretor da saga. Sua competência faz a diferença no resultado final, mas nem por isso salva a produção de algumas falhas primárias. Isso fica claro em sequências como a em que Jacob (Taylor Lautner) transforma-se em lobo diante de Charles (Billy Burke), o pai de Bella, ou na face claramente computadorizada de Renesmee quando bebê, uma tentativa ridícula e desnecessária de deixá-la parecida à atriz Mackenzie Foy.

Novamente o trio de protagonistas deixa a desejar. Kristen Stewart faz a mesma cara de paisagem durante toda a fita e mal consegue segurar uma cena mais dramática. Apesar de haver se destacado um pouco no filme anterior, Taylor Lautner se vê bastante apagado em Amanhecer 2. O que dizer então de Mackenzie Foy? Completamente inexpressiva. Quem se sobressai um pouco mais é Robert Pattinson, que já dá sinais da evolução que lhe rendeu alguns elogios nos filmes Bel Ami – O Sedutor (2012) e Cosmópolis (2012).

O elenco coadjuvante acaba sendo uma faca de dois gumes. Peca por ser numeroso demais, o que acarreta inclusive o desperdício de alguns bons atores, como a ótima Dakota Fanning, que – pasmem – tem apenas uma fala durante o filme todo. Por outro lado, vêm dessa ala as melhores interpretações do longa. Michael Sheen (A Rainha) está soberbo na pele do vampiro-vilão Aro Volturi. Maggie Grace (Busca Implacável) também se destaca pela beleza e expressividade, e se sobressairia sem dificuldades à protagonista se lhe dessem um pouco mais de espaço. Mesmo caso de Lee Pace, da série Pushing Daisies, que rouba a cena como o cínico e aventureiro vampiro Garrett.

Amanhecer 2 encerra de forma digna as aventuras de Bella e Edward na telona. Mesmo os que não gostaram dos outros filmes podem ir assistir sem medo. A carga emotiva do capítulo derradeiro não só compensa os defeitos técnicos e artísticos da produção como até alivia um pouco da má impressão deixada por Amanhecer – Parte 1 – esse sim um ode ao mau gosto.

 

Por Felipe Brandão.

One Reply to ““Amanhecer – Parte 2”: Antes tarde do que nunca”

  1. EU AMO CREPUSCULO MAIS DO Q TUDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!E CLARO Q EU TB AMO A BEYONCE!!!!!!!!!!!!!!!!!

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