Artistas brasileiros comentam manifestações populares e apóiam causa
Após uma semana de intensas manifestações nas principais capitais brasileiras, artistas nacionais comentaram através de redes sociais e imprensa sobre o ocorrido. A maioria apóia a insatisfação popular e demonstra interesse em ajudar a causa. Nomes como Caetano Veloso e Marcelo D2 expressaram opiniões.
Entre os artistas que se manifestaram publicamente estão Pitty, Leoni e até a cantora Elza Soares. Através de um vídeo postado no Youtube, o fundador do grupo Sepultura, Max Cavalera, expressou seu apoio aos manifestantes e lembrou que mesmo de longe ainda é brasileiro:
– Estou acompanhando os protestos que estão acontecendo em São Paulo e no Brasil inteiro e queria dar a minha força pra vocês, a força para o povo brasileiro. Eu queria dizer que se vocês quiserem usar as minha músicas como inspiração, para mim seria uma honra. A todas as pessoas que estão indo ao protesto na ruas, eu fiz essas músicas com essa inspiração de vocês, de força, de verdade. Eu posso não estar aí, pessoalmente, mas estou aí espiritualmente com vocês. Então, uma força a todo mundo que está aí, o apoio de de Max Cavalera, do Soulfly, para a galera do Brasil nessa hora forte que a gente está passando por aqui. Eu quero dizer que eu estou com vocês, mesmo que eu esteja aqui nos EUA. Estou acompanhando tudo por aqui. – disse o músico, num vídeo de aproximadamente um minuto.
Sempre com posicionamento político e antigo ativista de causas sociais, Caetano Veloso publicou em sua página oficial no Facebook um extenso texto onde relembra atos do passado e até criticou o Governador de São Paulo, Geraldo Alckim, que na última quinta-feira se mostrou contrário aos manifestantes:
– (…) Relembro as passeatas dos anos 1960 e penso nos movimentos que se dão na Turquia agora, como se deram faz pouco nos EUA, na Espanha, na Grécia, em vários países árabes. Me sinto em sintonia com essas pessoas. A fala de Alckmin, reduzindo tudo a ação de baderneiros e vândalos, foi insensível. Está por fora. Não chamaria Jabor de burro, como acontece na cômica montagem que fizeram da fala dele com uma gravação minha dos anos 1970, mas acho superficial dizer que esses movimentos são pura ilusão nostálgica de grupos de classe média, que sonham com as marchas de que ouviram falar. Os 20 centavos podem não doer no bolso da maioria dos manifestantes mas são essenciais para os pobres que precisam de transporte público. – opinou Caetano, numa das passagens do depoimento.
Outro nome de forte crítica social em seu repertório, Marcelo D2, também expressou opinião favorável aos ativistas e usou as redes sociais como canal:
– Acordei hoje pensando em quanta gente vai pra rua e como isso pode mudar o Brasil … (…) me emocionei por que é exatamente o que acho que cada um pode fazer pra que essa mudança aconteça … abra seu coração e vá pra rua fazer essa mudança faça sua parte … se não puder ir pra rua faça isso nas suas redes sociais mas não perca a oportunidade de participar e melhorar o Brasil … FAÇA mas principalmente vá em PAZ …! – afirmou D2, que na década de 90 chegou a ser preso com o grupo Planet Hemp, após mensagens políticas polêmicas e posicionamento favorável a liberação da maconha.
Por Bruno Guedes