Apesar do momento peculiar e difícil que estamos vivendo, a quarentena está trazendo novos ares para a música brasileira. Prova disso, são os inúmeros lançamentos nas últimas semanas de singles, EP’s e clipes de artistas, principalmente dos que trabalham de forma independente e autoral. Fazendo parte deste movimento, a nova dupla do cenário musical carioca Caju Confá, formada pelos jovens músicos Fábio Diamante (24 anos) e Julia Nadanovsky (23 anos), lançou o EP “Transborda”, com quatro canções escritas por Fábio. Para conferir cada uma delas, basta clicar no link: https://ffm.to/transborda.
Com toques de MPB e POP, as quatro músicas de “Transborda” (Tal Travesseiro, Clichê de Bach, Retalhos e Muro) falam de amor e outros sentimentos que fazem parte da vida de todos nós. Uma delas, a Retalhos, foi escrita e gravada durante a quarentena e fala sobre sentimentos gerais deste momento em que a nossa sociedade vive. Além disso, durante o isolamento social, a namorada de Fábio, a estudante Camila Ferman, aprendeu a bordar e fez desse aprendizado um hobby praticamente diário. A convivência intensa com a namorada e seus bordados influenciaram na letra e no nome da canção, que conta ainda com uma participação especial: a de Nina Guelman, de oito anos, a aluna mais nova de Fábio. Nina faz aulas particulares com ele de violão e todo o processo foi feito de forma virtual.
A quarentena também serviu de inspiração para a criação do nome do EP. Segundo o músico Fábio, a ideia do título “Transborda” é ilustrar algo que ultrapassa limites. “Durante a pandemia, temos fronteiras muito bem definidas e a arte é uma forma de transbordá-las. Em um momento que compartilhar vivências é um desafio, a arte vem como um facilitador para a conexão com o outro. Além disso, as letras deste álbum falam também sobre como as relações pessoais não existem para nos completar, já somos seres completos, mas são meios para nos transbordarmos”, afirma.
Sobre os músicos Fábio Diamante e Julia Nadanovsky e o nascimento da Caju Confá:
O músico Fábio Diamante é natural do Rio de Janeiro e vem conquistando aos poucos o seu espaço no mercado autoral. Formado pela UNIRIO, ele é professor de música da escola Eliezer Max, uma das mais conceituadas instituições de ensino do Rio de Janeiro, e também dá aulas particulares para adultos e crianças. Desde 2017, ele faz parte do Quartetinho, um grupo instrumental de Jazz e MPB. Ao lado dos parceiros da banda, Fábio teve a oportunidade de abrir um show do Gilberto Gil e de tocar no BlueNote. O grupo também já se apresentou em outros estados, como São Paulo e Paraná.
A artista Julia Nadanovsky também é natural do Rio de Janeiro, onde faz faculdade de administração pública. Focando cada vez mais no seu lado musical, Julia se apresenta em eventos particulares e sua voz já apareceu em trabalhos de outros artistas, mas essa é a primeira vez que ela participa de um projeto autoral. “Este é o meu primeiro lançamento, o que é muito legal, mas também desafiador. Além disso, está sendo ótimo trabalhar ao lado do Fábio. Nos conhecemos na época da escola, mas nunca fomos muito próximos. Eu acompanhava o trabalho dele como músico de longe e vice-versa. Quando ele me chamou para fazer parte da Caju Confá, fiquei muito feliz porque me identifiquei na hora com as músicas”, diz Julia.
Sobre o nascimento da Caju Confá, de acordo com Julia, a dupla é uma junção de criação e interpretação. “A arte sempre atinge as pessoas de formas diferentes. Como artistas, nós sabemos que a nossa arte não nos pertence. O Fábio criou as letras a partir de um sentimento, eu as interpretei a partir de outro e, as pessoas vão ouvi-las de milhares de outras formas. A beleza da Caju Confá está nisso. Na liberdade de viver essa experiência na forma que fizer sentido para si. Somos um duo que tem como objetivo promover a catarse nas pessoas que escutam nosso som, e, particularmente, eu acho que as músicas têm um poder lindo de acionar um lugar de emoção e identificação”, finaliza.