Camões aLive – live poética | Roberto Souza e Isabella Castro apresentam espetáculo online inspirado na obra de Luís de Camões

Camões aLive é o mais recente trabalho de Roberto Souza e Isabella Castro, uma Live Poética com a obra do poeta português Luís de Camões. Em regime de quarentena, a dupla transmitirá no dia 23 de agosto (domingo) um espetáculo com poesias de Camões numa live stream em seu próprio apartamento no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Se valendo de sua criatividade cênica, os dois criam uma atmosfera visual, sonora, teatral e poética, fazendo de Camões aLive uma experiência estética completa por internet, integrando texto, som, imagem e interatividade. A live poética será transmitida em tempo real às 17h (Brasília) | 21h (Lisboa) pelo site www.camoesalive.com e também pelo YouTube https://youtu.be/7c60qnhNdtE. Os internautas podem se inscrever antecipadamente nas páginas para receberem o lembrete do evento virtual.

Da extensa obra do poeta português, destacam-se em Camões aLive alguns trechos do épico mundialmente famoso Os Lusíadas e alguns de seus sonetos de amor mais cativantes como Amor é fogo que arde sem se ver. Declamados pelo ator Roberto Souza e com direção de arte da iluminadora e cenógrafa Isabella Castro, eles transportam o lirismo de Camões para um patamar cênico, ampliando o sentido (brilhante) de sua poética com muita teatralidade. A trilha sonora original é do compositor Flavio Abbes, que cria verdadeiras paisagens sonoras que dão um toque final à encenação.

A ideia de trabalhar com a obra de Camões surgiu de forma espontânea. Além de Roberto ser admirador da escrita do poeta português, alguns poemas do “dante lusitano” estiveram presentes em última empreitada do casal, o projeto de arte integrada “Espaço público não é privada”, que ficou em cartaz no Espaço Cultural Sergio Porto (Rio de Janeiro/RJ) em agosto de 2019 com uma exposição de artes visuais e uma peça teatral.

“Perdi meu pai em maio, durante a quarentena, e foi ele que me apresentou à obra de Camões. Ele estava internado quando tivemos a notícia de que havíamos sido contemplados pelo edital e cheguei a ler Os Lusíadas para ele no hospital. Camões aLive acabou sendo também uma homenagem a meu pai”, conta Roberto Souza.

aLive

A transmissão de Camões aLive se divide em duas partes. A primeira é a encenação dos poemas, como em uma apresentação teatral tradicional, com duração de aproximadamente 30 minutos. Em seguida, os artistas seguem em um bate-papo com os internautas sobre o processo de criação, com a possibilidade de apresentarem um bis com os poemas favoritos da plateia virtual.

A encenação apresenta três facetas de Camões e a primeira é a heróica, com recortes do épico Os Lusíadas. Inspirada em retratos e até mesmo em esculturas de Luís de Camões e de Vasco da Gama, Isabella Castro, que também assina a direção de arte e iluminação, criou uma releitura de uma indumentária do Século XVI para a figura de um navegante. O segundo momento, lírico, traz a ideia do amor barroco, de luz e sombra, que é ao mesmo tempo é sublime e carnal, e desconstrói a imagem do herói anterior, revelando uma figura mais humana. O terceiro, também lírico, traz um caráter biográfico de Camões com a dor da morte de sua amada Dinamene no mesmo naufrágio em que o escritor por pouco não perde os manuscritos de Os Lusíadas.

“Entre as referências da direção de arte está o teatro imagem de Bob Wilson. A cenografia trabalha o fundo em cores em contraste com a silhueta do ator e o desenho que isso cria, remetendo ao retrato na pintura”, explica Isabella Castro.

Apesar de terem ganhado um edital em tempos de pandemia, Roberto e Isabella fugiram da ideia de aproveitar a atmosfera de casa para o espetáculo. O casal, que trabalha junto e namora há dois anos, criou um ambiente próprio para Camões aLive em um cantinho do quarto. Assim como no teatro, a ideia foi criar um ambiente cênico. A dupla ganhou espaço arrastando a cama para perto do guarda-roupa para que cenário, luz, figurino e câmera coubessem nesse estúdio poético e de fantasia.

Pandemia

Em um contexto de pandemia da Covid-19, restou à dupla a possibilidade de explorar seu trabalho criativo em novas plataformas, agora em vias digitais – vale lembrar que as contribuições de Flavio Abbes (Trilha Sonora) e Catharina Rocha (Assessoria de Imprensa) também se deram remotamente. Mas tratando-se de Roberto Souza e Isabella Castro, isso não parece ser um grande complicador, pois a integração entre diferentes suportes artísticos sempre foi uma característica constante em seus trabalhos.

Contemplado pelo Edital Cultura Presente nas Redes da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro, de caráter emergencial para o fomento de produções culturais em tempos de pandemia, o projeto encontra seus recursos para sua realização. E mesmo em estado de emergência, sob isolamento social e com todas as contingências de uma quarentena, Camões aLive surge na internet como mais um espaço de respiro, beleza, sensibilidade e afeto, conferindo à arte o status de necessidade essencial, sendo uma atividade fundamental para que possamos manter uma mente saudável e uma vida social solidária.

Sinopse:

Camões aLive é uma “Live Poética” com a obra do poeta português Luís de Camões. Declamados pelo ator Roberto Souza e com direção de arte da iluminadora e cenógrafa Isabella Castro, a dupla transporta o lirismo de Camões para um patamar cênico, ampliando o sentido (brilhante) de sua poética com muita teatralidade. Em quarentena, o casal transmite pela internet poemas de Camões – como os sonetos de amor e trechos de “Os Lusíadas” – e se mantém conectado para interagir com os internautas.

Sobre Roberto Souza:

Desde 1996, Roberto Souza atua profissionalmente no teatro enquanto ator, diretor e músico. Já trabalhou com diretores teatrais como Paulo José, Susana Ribeiro, Alex Cassal, Clara Kutner, Marcos Vinicius Faustini, Luiz Furlanetto, além de ter contracenado com atrizes como Ana Kutner, Natália Lage, Nena Inoue, entre outros. Atualmente participa dos grupos Teatro de Operações e Anti-Cia. de Teatro. Como diretor teatral, seus trabalhos que se destacam são “Repulsa” e “Escandaloso desejo de amar”, de Jô Bilac (2009 e 2010/2011) e “Quase para sempre”, de Bosco Brasil (2009). Nos últimos anos, trabalhou como ator e músico no espetáculo “Horses Hotel” (2016), assinou a direção musical do projeto Teatro do SAARA (2017) e co-dirigiu “Luanda 75” (2017), última peça do Teatro de Operações. Antes da pandemia, estava circulando com o espetáculo “Espaço público não é privada”, que estreou em agosto de 2019 no Espaço Cultural Sergio Porto ao lado de Isabella Castro. É Mestre em Artes Cênicas pela USP, Bacharel em Direção Teatral pela UNIRIO e formado pelo Curso de Formação de Atores da CAL.

Sobre Isabella Castro:

Isabella Castro é iluminadora e cenógrafa. Atualmente colabora com o premiado coletivo Arame Farpado e o projeto Prática de Montação – voltado para pesquisa de memória, identidade, sexualidade e gênero. No teatro já trabalhou com Doris Rollemberg, Jorginho de Carvalho, Adriana Milhomem, Pedro Struchiner, Anderson Ratto, Cecilia Ripoll, Fernando Maatz, entre outros. É Mestranda em Artes Cênicas pela UNIRIO, onde já havia se tornado bacharel em Cenografia. Nesse período foi pesquisadora de iluminação e cenografia sob as orientações de Lídia Kosovski e Anderson Ratto. Antes da pandemia, estava circulando com o espetáculo “Espaço público não é privada”, que estreou em agosto de 2019 no Espaço Cultural Sergio Porto ao lado de Roberto Souza. É formada em Cinema pela Escola de Audiovisual Cinema Nosso. Cursou Film Studies através do programa de mobilidade acadêmica International Erasmus Mundus PUEDES, na Aristotle University of Thessaloniki (Grécia).

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