Cinebiografia “Somos tão jovens” gera grande expectativa em milhares de fãs

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Quando a Sra. Carmen Manfredini foi consultada pelo autor do roteiro de “Somos tão jovens”, Marcos Bernestein, sobre a possibilidade de levar a história do seu filho para as telas, ela foi curta e grossa: “só não quero um filme sobre um roqueiro doidão que morre de AIDS, porque esse já foi feito, o do Cazuza”. A partir daí, a proposta então foi mostrar como o tímido adolescente Renato Manfredini Júnior, se transformou no Renato Russo que todos conhecemos, com todo o processo de formação do mitológico ícone pop, até a fundação da Legião Urbana no início dos anos 80.

Além da dificuldade em retratar uma personalidade tão forte e extremamente atual, já que o público da Legião Urbana sempre se renova de forma abrupta, a produção resolveu ousar de forma extremada. O protagonista Thiago Mendonça canta e toca ao vivo em todas as passagens do filme e detalhe: nenhum dos atores tinha formação musical. O preparador vocal Fernando Morello explicou o porque dessa decisão intitulada por ele como “irresponsável”: “Foi uma coincidência feliz, já que esses atores teriam que interpretar jovens que estavam começando a tocar e isso deu realismo ao filme”, afirmou.

Além da família, vários amigos de Renato Russo contribuíram para o processo, como Carlos Trilha (diretor musical do filme e produtor da Legião), a irmã Carmen Teresa, Borges (um dos que mais conviveram com o cantor antes de sua morte) e uma curiosidade: Nicolau, filho do guitarrista Dado Villa-Lobos, interpreta o próprio pai! A reconstituição da cidade de Brasília durante o final da ditadura militar e como aqueles jovens (em sua maioria filhos de militares de alta patente e embaixadores) descobriram o movimento punk, também já emergem como possíveis pontos altos do filme

O diretor Antônio Carlos Fontoura (dos filmes cult, “Copacabana me engana”, de 1968, e “Rainha Diaba”, de 1974) tem a sua grande oportunidade de reconhecimento ao grande público, já que “Somos tão jovens” com custo de R$ 9 milhões, irá estrear com 500 cópias por todo o Brasil: “Filmar a história de Renato Russo me aproximou da juventude e me deu o desejo de fazer filmes de qualidade capaz de dialogar com multidões”, diz Fontoura. Para fãs que viveram os anos 80 e fizeram parte do “messianismo” em torno da banda e para aqueles mais recentes, sedentos por verem aquela época não vivida retratada, finalmente amanhã, a ansiedade se dissipa. A história da música “Faroeste Caboclo”, que também será levada para as telas esse ano, mostra que Renato Russo esta mais vivo do que nunca, mesmo tendo se passado quase 17 anos do seu falecimento.

Por Alessandro Iglesias

 

 

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