Edu Falashi celebra 15 anos de “Temple of Shadows” do Angra e causa comoção

Os ex integrantes do Angra tem feito a festa dos fãs com o espólio referente a banda! No aniversário de 20 anos do “debut” de estreia do grupo, “Angels Cry”, e considerado ainda o maior clássico do bardo melódico, André Matos e banda tocaram o petardo na íntegra em sua sequência real, numa turnê comemorativa. Agora é a vez de Edu Falashi, o “cara” que teve a responsabilidade em substitui-lo, e marcou história na carreira da banda.

Em celebração aos 15 anos do álbum “Temple of the Shadows”, o renomado vocalista, junta-se com os seus companheiros integrantes desta fase, Aquiles Priester (Bateria) e Fabio Laguna (Teclados), e também o anuncio de tocar este belo disco na íntegra, mas na companhia de uma banda de respeito (Roberto Barros (guitarra), Diogo Mafra (guitarra) e Raphael Dafras (baixo), e um quarteto de cordas. Tentador, não acham???

Claro que o interesse dos fãs foi imediato, e isso até gerou rusgas de Edu e cia, com o responsável pela marca Angra, Rafael Bittencourt, mas pelo que avaliamos pelas redes sociais, tudo foi “mais ou menos” resolvido. O disco é realmente considerado um marco, a consolidação de uma nova formação que muitos não acreditavam que fosse adiante, pela grande expectativa criada. O Angra com seus três primeiros discos, conseguiu grande projeção, inclusive internacional. “Rebirth” (ótimo disco!) foi o marco desse recomeço, e “Temple of the Shadows”, a consagração!

A premissa é ambiciosa: trabalho totalmente conceitual, pois narra a história fictícia de um cavaleiro conhecido como “The Shadow Hunter”, que junta-se ao exército convocado pelo Papa, para participar da Primeira Cruzada, trazendo uma série de reflexões, questionamentos existenciais e até mesmo religiosos, bastante profundos. Musicalmente é um primor, sendo até então, o trabalho com maior influência progressiva do grupo, mas sem deixar o aprofundamento erudito de lado, uma das características primordiais do Angra. Além das incríveis participações de Milton Nascimento, Kai Hansen (Gama Ray), Sabine Edelsbacher (Edenbridge), Hansi Kürsch (Blind Guardian), entre muitos outros…

E uma horda ansiosa partiu rumo ao Circo Voador nesse domingo (26/05). Um trabalho tão complexo na íntegra, como se portaria no palco? O primeiro impacto é quando descobrem o pano da bateria do Aquiles… É impressionante!!! Quatro bumbos, estrutura em formato circular, peças em número incontável, e como ironia, um polvo tal qual um mascote, em cima da estrutura superior. Arrancou um UAUUUU do povo!

E assim que os trabalhos deram início, a comoção foi indescritível! Apesar do som estar um pouco saturado no início, a ponto de não ouvirmos quase nada do alardeado quarteto de cordas, a emoção das pessoas com aquele repertório, a voz de Edu perfeita como nos velhos tempos (lembrando que ele esteve um bom tempo doente e com a possibilidade de não poder cantar mais), Aquiles e Laguna, monstros nos seus instrumentos e performances, e os músicos de apoio, todos excepcionais, era COMOVENTE!

Com o tempo, o som foi se ajustando melhor, mas a resposta da audiência era absurda. Também nítida a empolgação da banda com a energia emanada do público, comovente! Muitos convidados foram chamados a participar, a maioria da nova geração (Thiago Bianchi, Mike Orlando, Junior Carelli, Daniela Moreira e Jorge Luciano de Almeida) é sempre uma iniciativa muito bacana ao proporcionar esse espaço, ainda mais em um projeto de grande visibilidade.

“Temple of Shadows” na íntegrafuncionou maravilhosamente no palco, o som foi se acertando, e o “Quartet of Shadows” finalmente ficou audível ao som da apresentação, resultando numa bela aquisição. E a voz de Edu foi um capítulo a parte, me arrisco a dizer que está no auge, uma performance realmente incrível! Emocionado, fez juras ao Rio de Janeiro (onde morou várias vezes) e ao público, e pediu a participação do povo nos vocais de “Late Redempetion”, sendo atendido aos brados, em mais um belo momento dessa noite. Junto com Aquiles e Laguna, a todo momento seus nomes eram gritados euforicamente!

Terminando o disco comemorativo, Roberto Barros (soberbo na guitarra) e o quarteto, lideraram uma versão “matadora” de “Summer” de Vivaldi, belíssima simbiose! Logo em seguida, outro petardo da carreira do Angra, “Live and Learn”, e duas músicas solo (“The Glory of Sacredd Tour” e a inédita “Streets of Florence”), até termos dois momentos inusitados, que muito bem poderiam ter sido preenchidos com outras canções…

Ok, entendemos que a premissa foi passional, já que era nítido o intenso estado emocional de todos, mas possivelmente motivado pela recente entrevista de Rafael Bittencourt e Felipe Andreoli, falando sobre os conflitos que houveram em virtude do anúncio dessa turnê, Edu começou a desabafar sobre todo o ocorrido. Mesmo tendo sido com muita classe, houve opiniões fortes (“família que não te dá uma ligação com você doente?” e “família não manda ação judicial, resolve conversando!”, por exemplo) e muitos agradecimentos ao que considera sua verdadeira família, incluindo amigos mais próximos e o público. Foi sincero o relato, mas demorado e passou a sensação de “lavação de roupa suja”

E aí veio a apresentação de toda a banda. Foi um tal de “o melhor do mundo com seu instrumento”, “gente finíssima e do bem” (alguns comentaram que soava como indireta) com todos, que o LONGO momento só soou bacana e não chato, porque era nítido o entusiasmo pelo show por parte deles e a resposta do público em questão. Mas que poderia ter sido mais curto e termos mais músicas, ahhhh poderia!

Encerramento triunfal com os hits “Rebirth” e “Nova Era”, quebrando tudo e encerrando a primeira parte dessa turnê no Rio de Janeiro de forma triunfal. Edu e cia, estão de parabéns pelo belíssimo projeto, um trabalho de nível elevadíssimo como “Temple of Shadows” realmente merecia uma comemoração a altura. Belíssimo show!!! Parabéns a todos os envolvidos.

Texto de Alessandro Iglesias

Fotos da divulgação

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