Guns N’ Roses desfila clássicos, mas Maneskin rouba cena no Rock in Rio

Por Bruno Guedes

Na abertura do último final de semana do Rock in Rio, nesta quinta-feira (8), o rock brilhou no Palco Mundo. Com grandes shows de CPM 22 e The Offspring, o Maneskin quem roubou a cena com apresentação arrebatadora. Já o headliner Guns N’ Roses não decepcionou e entregou todos os hits.

No Palco Sunset, Jessie J demonstrou carisma e muito talento. Com uma chuva de hits, conversou bastante com os presentes e até brincou com “quem cantava mal”. Glória Groove e sua apresentação versátil também se destacaram. Confira como foram os shows:

Palco Sunset

Divulgação / Rock in Rio

A abertura foi com Duda Beat, uma das grandes cantoras da nova geração. Com um corpo de balé entrosado e visual rockeira romântica, a pernambucana apostou em hits dos dois álbuns, “Sinto Muito” e “Te Amo Lá Fora”.

Num dos momentos de maior emoção, interpretou “Vou recomeçar”, sucesso de Gal Costa. A letra, com temática política, demonstrou novamente o apelo que vem sendo o tom do Rock in Rio.

Duda encontrou um Sunset já lotado e animado. Lembrando sua trajetória, agradeceu o apoio dos fãs e falou sobre nunca desistirem dos sonhos.

Divulgação / Rock in Rio

Logo depois foi a vez da grande voz do pop nacional atualmente: Glória Groove. Com mudanças de figurinos de acordo com a passagem das músicas, a cantora sacudiu o Sunset já lotado.

A drag queen, que apresentou a turnê “Lady Leste”, abriu com “A Queda”, para logo depois puxar “Leilão”. Com muita resposta por parte do público, o grande sucesso “Vermelho”, do Mc Daleste, foi o ápice do show.

Sobrou tempo ainda para covers de “Máscara”, da Pitty, “Exagerado”, do Cazuza, e “Malandragem”, gravada por Cássia Eller.

Divulgação / Rock in Rio

Com muito romantismo, Corinne Bailey Rae veio depois. Dona do sucesso “Put your Records On”, maior hit da carreira, de 2006, apostou num concerto mais intimista e apaixonado. Deu certo.

O talento vocal se destacou, assim como sua banda, e conquistou a plateia. As músicas passearam pelos 16 anos de carreira e seus álbuns “Corinne Bailey Rae”, de 2006, “The Sea”, de 2010, e “The Heart Speaks in Whispers”, de 2016.

De volta ao Rock in Rio, Jessie J entregou o que se esperava. Além de uma chuva de hits, carisma e talento sobraram. A cantora abriu o show com “Do it like a dude” e foi acompanhada pelo guitarrista brasileiro Mateus Asato.

Não faltaram hits como “Flashlight” e “Bang Bang”, gravada com Ariana Grande e Nicki Minaj. Conversando bastante com a plateia, disse que tinha ido à pedicure e que não cantassem mal para não estragarem os vídeos. Por fim, seus dois mais hits: “Price Tag” e “Domino”.

Palco Mundo

Divulgação / Rock in Rio

Abrindo o Mundo, uma das maiores bandas brasileiras do começo do século: CPM 22. Com muito hardcore e comunicação com o público, iniciaram com “O mundo dá voltas” e depois “Não sei viver sem ter você”.

Houve espaço até para uma versão punk rock de “Por Enquanto”, música de Renato Russo e famosa com Cássia Eller. “Dias atrás” e “Um minuto para o fim do mundo”, maiores sucessos da carreira, também deram as caras.

Numa das manifestações, Badauí, vocalista do grupo, pediu que os fãs “dessem mais amor ao próximo, porque o país precisa disso, não de armas”. Por fim, “Regina Let’s Go” encerrou.

Divulgação / Rock in Rio

Já veteranos de Rock in Rio e com uma legião de fãs, The Offspring veio depois. Com muita energia e ótima sincronia, abriram com “Staring at the Sun”. E um imenso coral já se ouvia pela Cidade do Rock.

Foi com os californianos que apareceram as maiores rodinhas punk. Mas foi o guitarrista Noddles quem comandou a festa com um coral de “fuck you”, ao estilo Freddie Mercury.

Em uma sequência só, despejaram todos os principais hits famosos no Brasil, como “Why Don’t You Get a Job?”, “Pretty Fly” e “The Kids Aren’t Alright”. O encerramento da ótima apresentação foi com “Self Esteem”.

Divulgação / Rock in Rio

Se alguém duvidava do Maneskin, não duvida mais. Em um show arrebatador, a banda italiana conquistou até os fãs dos Guns N’ Roses. Famosos por conta de “Beggin”, o grupo, vencedor do Eurovision 2021, mostrou que é muito além de um hit.

A abertura com “Zitti e Buoni” foi assim, relembrando a vitória no maior festival europeu. Depois, com muita gente na Cidade do Rock acompanhando em coral, “In nome del padre” e “Mammamia”.

Carismáticos, os músicos desceram diversas vezes e se jogaram no público. Literalmente, como a baixista Victoria. A explosão aconteceu com “Beggin”, logo depois “Coraline”, que não estava previsto.

Chamando o Rock in Rio de “local dos milagres”, relembrou “Love Of My Life”, do Queen, em 1985. Ao falar que fariam uma homenagem cantando a música, o vocalista Damiano brincou:

“Vamos ser mortos por isso, mas eu não me importo”, disse.

Gritando sempre “Vamos caralho porra” em português, encerram de forma avassaladora com “Lividi Sui Gomiti”, com diversos fãs no palco.

Com a missão de manter o alto nível, os legendários Guns N’ Roses subiram mais uma vez no palco do Rock in Rio. Se Axl Rose repetiu a fraca atuação vocal, o guitarrista Slash e o baixista Duff, não. Novamente repetiram apresentações quase impecáveis.

Assim, a grande banda da noite não poupou em clássicos nas três horas de m´´úsicas. O show começou com “It’s so easy”. E a partir daí foi a sequência que todos esperavam, como “Mr. Brownstone” e “Chinese Democracy”.

A plateia reage em “Live and let die” e “Civil War”, bem como em “Sweet Child O’ Mine”, grande sucesso do grupo. Mas Axl realmente deixa a desejar nos agudos. Numa mistura de dor física e estranha tonalidade, o grande nome do rock nos anos 80 demonstra a fraqueza da idade.

O oposto de Slash, que parece ter um show próprio. Principalmente em “November Rain” e “Estranged”. A apresentação termina com “Don’t Cry” e “Paradise City”. Com muito fã feliz, mas a sensação de que o tempo foi cruel com Rose.



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