Ópera – ‘Os Contos de Hoffmann’ no Theatro Municipal do Rio de Janeiro

A última e mais popular obra de Jacques Offenbach, a ópera fantástica “Os Contos de Hoffmann” terá uma nova montagem 64 anos depois da última apresentação no Rio de Janeiro, ocorrida em julho de 1955. O espetáculo será, também, uma oportunidade para o Municipal comemorar os 200 anos de nascimento do compositor que era alemãomas considerava-se um genuíno parisiense.

A ópera terá a direção musical da maestrina Priscila Bonfim, à frente do Coro e Orquestra do TMRJ e um elenco de solistas renomados, com três récitas dias 16, 18 e 19 de maio (esta última, a preços populares).

No formato de concerto cênico, a concepção da obra, assinada pelo diretor artístico do TMRJ, André Heller-Lopes, irá inaugurar uma parceria com a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O coletivo feminino Trovoa, da EAV, se encarregará de pintar o painel de 20 metros de comprimento que vai compor a cenografia.

O libreto da ópera de Offenbach é de Jules Barbier, baseado em contos de E.T.A Hoffmann, escritor alemão que ficou conhecido como um dos principais nomes da literatura fantástica. O escritor é, aliás, o principal personagem da ópera, cuja história gira em torno das decepções amorosas do poeta Hoffman por três musas: a boneca Olympia, a inocente Antonia e a cortesã Giulietta. No presente, ele disputa a paixão de Stella com um vilão rico e sem escrúpulos. “Os Contos de Hoffmann” é uma das óperas mais produzidas no mundo.

Grande elenco nacional

Para dar vida ao poeta Hoffmann do papel-título, o TMRJ convidou o tenor paulista Eric Herrero, que o público carioca conhece de elogiadas participações em óperas como “Tosca”, “Jenufa” e “Norma”. Ao seu lado, como os quatro vilões da trama, o barítono Vinícius Atique. No papel das musas do poeta, dois elencos de artistas: Marina Considera e Marianna Lima (Giulietta, a Cortesã), Maria Gerk e Rose Provenzano-Páscoa (Olympia, a Boneca sem Vida) e Ludmilla Bauerfeldt e Michele Menezes (Antônia, a Virtuosa). Bauerfeldt participou do “Stars and Rising Stars”, festival que acontece em Munique, Alemanha. Completam o elenco cantores solistas do TMRJ – Geilson Santos, tenor que interpretou canções de Hector Berlioz no espetáculo “Be-Marche”, no próprio Theatro Municipal, em abril último, Noeli Mello, Ossiandro Brito, Cícero Pires e Patrick Oliveira, além do baixo Murilo Neves, solista convidado.

Curiosidades dos “Contos”

Jacques Offenbach não viveu para ver a estreia de sua obra em Paris, na Opéra-Comique, em 10 de fevereiro de 1881. Faleceu durante os ensaios, deixando a orquestração e certas passagens incompletas. Por motivos considerados práticos pelo diretor da Opéra-Comique, “Os Contos de Hoffmann” estreou bastante mutilada. Um ato inteiro foi cortado. O que se seguiu nos anos posteriores foi uma coleção de enxertos e modificações que transformaram pouco a pouco a obra. A ópera começou a ser reconstituída a partir de 1970, com uma sucessão de descobertas de manuscritos inéditos que se estende até o final da década de 90. Existem ao menos, desde a estreia absoluta da ópera em 1881, oito diferentes partituras editadas.

Para seu retorno ao palco máximo do Rio de Janeiro foi escolhida a versão mais famosa da ópera, conhecida como “Choudens”, que inclui vários trechos populares cortados das novas edições críticas, notadamente a famosa ária de barítono “Scintille Diamant” e o conhecido septeto do ato de Veneza. A ária “barcarola” (Belle nuit, ô nuit d’amour),  no 3º Ato, foi utilizada em muitos filmes, incluindo “A Vida é Bela” e “Titanic”.

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