Por Bruno Guedes
Post Malone salvou o Palco Mundo de ser ofuscado por completo pelo Sunset, neste sábado (3), no Rock in Rio. Com lotação quase máxima da Cidade do Rock, o funk e o rap dominaram a tarde/noite onde L7nnon, Xamã, Criolo e Racionais MC’s foram os destaques.
CONFIRA: Iron Maiden incendeia o Rock in Rio em noite de virtuoso Dream Theater; Living Coulor brilha
Mesmo com a chuva no fim das apresentações, o norte-americano fez um show com bastantes hits e carisma. Conversando com a plateia e muita interação, amenizou a quantidade excessiva de DJs e falta de atrações de peso antes do seu show.
Já DJ Alok e Marshmello tentaram entreter o público através de remixes e hits de grandes artistas, mas acabaram não acompanhando o sucesso que o Palco Sunset fazia. Contudo, Jason Derulo agradou os fãs que não o conheciam fora do Tik Tok.
PALCO SUNSET
O funk tomou o Rock in Rio na abertura dos shows. Ao lado de Papatinho, o rapper L7nnon recebeu os funkeiros Cidinho e Doca, Mc Hariel e Mc Carol de Niterói. E o palco, que já estava lotado às 15h, veio abaixo.
Com muitos hits, o grupo transformou o festival em um grande baile. Como no grande sucesso musical dos últimos anos, “Ai Preto”. Ainda no começo do show, L7nnon se disse emocionado:
“Surreal. Se não fosse Deus, nós não seríamos. Só agradeço as oportunidades. Está tudo acontecendo da melhor forma. E vamos embora, tô feliz demais”, declarou.
Mc Carol foi uma das mais celebradas, levado o público ao delírio com a canção “Ar Condicionado”. Papatinho também botou a Cidade do Rock para cantar em “Amor de Fim de Noite”.
Em seguida veio um dos maiores nomes da música pop atualmente no Brasil: Xamã. O rapper de 32 anos teve ainda ao seu lado o Brô Mc’s, primeiro grupo de rap indígena no Brasil.
Não faltaram canções consagradas do seur repertório, como “Malvadão 3”, um dos grandes sucessos de 2022 no país. Também estiveram presentes “Deixa de onda”, parceria com Ludmilla, e “Câncer”, colaboração com Luísa Sonza.
Pouco antes do fim, Xamã chamou L7nnon no palco e ainda teve tempo para homenagem ao cantor Chorão, morto em 2013.
Já estava de noite quando Criolo tomou o Sunset para si. Uma das principais atrações brasileiras desta edição, o rapper passeou por diversos hinos da sua carreira. A abertura foi com “Subirusdoistiozin”, do álbum “Nó na Orelha”, de 2011.
Depois ainda teve “Esquiva de Esgrima”, “Convoque Seu Buda” e “Grajauex”. Não deixando o público à espera, entraram também hits como “Não Existe Amor em SP” e “Cartão de Visita”.
Convidada especial, foi a vez de Mayra Andrade se juntar no palco. Cantora cabo-verdiana, ela celebrou com “Ogum Ogum”. Logo depois cantou “Tan Kalakatan”, em crioulo.
No fim, Criolo, DJ Dandan e Mayara encerraram com “Andar com Fé”, de Gilberto Gil.
É impossível falar da música do Brasil sem falar de Racionais Mc’s. E eles provaram mais uma vez o porquê serem tratados como os grandes do rap nacional.
Sempre engajados nas causas sociais e críticas às políticas contra os negros, o protesto ganhou o Sunset. Na canção “Negro Drama”, imagens de Marielle Franco, Agatha, Moïse, Moa do Katendê, João Pedro, Cláudia, Kathlen, Durval e outros brasileiros assassinados foram projetadas.
A frente do palco, inclusive, ganhou a presença de diversos artistas. Entre eles estavam Simoninha, Xamã, Karol Conká, MC Hariel e demais cantores que fizeram apresentações no dia.
O repertório passeou pela carreira de sucesso do grupo. Contudo, as mais celebradas foram “Jesus chorou” e as duas “Vida loka”, músicas de fama internacional do grupo.
Racionais deixaram a sensação de que o Palco Sunset foi pequeno demais para o tamanho da história que carregam.
PALCO MUNDO
Aos 31 anos, o DJ Alok foi quem abriu o palco principal do Rock in Rio. O show teve bastante efeitos especiais, como labaredas de fogo, lasers, jogos de luzes e outras pirotecnias.
Comandando a massa que lotava a Cidade do Rock, a explosão musical aconteceu com “Hear me now”. Ainda teve misturas com alusivos de “Sweet Child o’ Mine”, do Guns N’ Roses, e “Set Fire to the Rain”, da Adele.
Um dos momentos mais aplaudidos foi quando pediu que todos levantassem os celulares. Um mar de luzes foi visto por todo Parque Olímpico.
Por tamanho apelo, foi um dos shows mais cheios até o momento. Entretanto, numa noite com tantas estrelas e hits, acabou ficando a sensação de faltar algo a mais para justificar estar no palco principal.
Despejando hits, Jason Derulo veio logo depois. Carismático, o artista cantou e dançou durante o show inteiro. Febre no Tik Tok, o astro perguntou se o público o seguia. Em seguida, puxou “Savage Love”, famosa no aplicativo.
Entretanto, foi durante o hit “1, 2, 3”, parceria com Sofía Reyes, que surpreendeu. O cantor embarcou na onda do dia e rebolou ao som de “Ai Preto”, funk de Bianca, Dj Furduncinho e L7nnon.
Novamente voltando às picapes, Marshmello subiu ao palco depois do americano. Porém, a chuva que apertou e a falta de hits, esfriaram o público do Rock in Rio.
Apesar dos esforços, as músicas remixadas e com excesso de trabalhos rítmicos não conquistaram. O DJ chegou a apelar para funk proibidão e teve boas reações.
Entre os grandes momentos estiveram o hit “Obvious”, de Ariana Grande, e “Back in time”, sucesso de 2021. Por fim, um remix de “Smells like teen Spirit”, do Nirvana, fechou a apresentação.
Post Malone é uma das principais atrações musicais desta edição e provou o porquê do status. Com muito carisma e música, o americano não decepcionou mesmo debaixo de forte chuva.
O cantor começou com “Wow” e seguiu ao som de “Wrapped around your finger”. Um coro se formou em “Better Now”. No entanto, foi em “Stay” que protagonizou um dos grandes momentos desta edição 2022 do Rock in Rio.
Malone chamou ao palco um fã que estava na plateia. Theo Kant, artista de Niterói, no Rio de Janeiro, acompanhou o astro na versão acústica e arrancou muitos aplausos. Ao final, ainda fez propaganda do seu trabalho. Rapidamente viralizou no Instagram.
Com a mesma pegada, Post Malone seguiu cantando “Candy Paint”, “White Iverson” e “Sunflower”. E o encerramento em grande estilo foi com “Rockstar” e “Congratulations”. Para carregar nas costas o fraco dia do Palco Mundo.