SAXON comove o público em sua primeira vez na cidade

SAXON!!! Uma das bandas mais bem sucedidas vindas do movimento surgido no final dos anos 70 (tendo seu “expoente mor” o IRON MAIDEN), a New Wave of British Heavy Metal, por incrível que pareça, no alto dos seus 40 anos de carreira, vem se apresentar na cidade do Rio de Janeiro PELA PRIMEIRA VEZ! Inacreditável, né???

Realmente é um processo difícil de explicar… Desde os anos 90, o bardo britânico, que nunca encerrou atividades e sempre continuou produzindo ótimos discos, vem frequentemente ao Brasil. E tome São Paulo, Minas, e outras paragens. O Rio causa arrepios nos produtores que cuidam das turnês brasileiras com relação aos artistas de som mais pesado. A falta de renovação da cena e os ingressos que acabam repassando os altos custos que a cidade oferece, sempre são uma “pedra no sapato”.

Tanto que nesta sexta-feira, 15 de Março, um bom público compareceu ao VIVO RIO para presenciar o acontecimento do grupo dando as caras FINALMENTE por aqui. Poderia ter sido maior a audiência? Sim, claro! Mas permeia por toda a problemática que citei acima… Mas em compensação, somente fanáticos e desbragadamente apaixonados bateram ponto com a emoção a flor da pele!

Tudo indicaria que o último (e excelente) trabalho “Thunderbolt” permearia grande parte do set-list, como vinha sendo na recorrente turnê. Ledo engano, o repertório foi TODO reformulado para as apresentações no Brasil. Pelo menos em Porto Alegre (outra cidade agraciada com o SAXON pela primeira vez) e no Rio de Janeiro isso ficou latente.

Vamos lá, “Rainbow Theme”, “Frozen Rainbow” e Backs to the Wall” do debut da banda, de 1979, foram tocadas numa tacada só! Somente para fãs, e daqueles BEMMM aprofundados na obra “saxônica”. Do classicaço “Wheels of Steel”, primeiro disco de ouro do bardo, e que os apresentou para o mundo, tivemos a irresistível faixa-título, a obrigatória “747 (Strangers in the Night)”, mas infelizmente um dos hinos máximos do Heavy Metal (“Motorcycle Man”) ficou de fora. Estranho, já que em POA foi tocada. Um pouco frustrante, é como os Rolling Stones deixarem “Satisfaction” de fora de um show, não acham?

Do terceiro da sequência na discografia (“Strong Arm in the Law”), três clássicos irresistíveis: a faixa título, “Heavy Metal Thunder” (“pedrada!”) e uma das melhores composições da banda (a letra é incrível!!!), “Dallas 1 PM”! E ainda a pauleira de “To hell and back again”. Seguindoooooooooooo a sequência de grandes clássicos do grupo (que fase essa inicial nos anos 80, ufaaaa!), a faixa que intitula a obra (“Denin and Leather”) é outro clássico, juntamente com a espetacular e obrigatória “Princess of the Night”, a letra que melhor sintetiza o movimento da NWOBHM para os fãs, (“And the Band Played On”), além de “Never Surrender”. Só para sintetizar que todos esses petardos foram lançados até o ano de 1981 apenas! É de cair o queixo a qualidade do SAXON no seu início, um típico arrasa-quarteirão!

E o massacre continua! Do trabalho seguinte, o não menos clássico “Power and the Glory”, além da “pedrada” da faixa título, a épica de longo e belo instrumental “The eagle has landed”. O disco em seguida é o mais bem sucedido comercialmente da carreira da banda (“Crusader”), e acho que poderia ter sido mais bem explorado. A épica “Crusader” é um clássico imprescindível ao repertório, mas “Sailing to America”, uma das mais belas letras e conjunção bem sucedida de melodias da banda, poderia ter sido também um elemento surpresa, mas infelizmente não rolou…

Em sequência, teve sua fase mais HARD representada pelo ótimo cover da canção de Christopher Cross, “Ride like the wind”, de “Destiny”. Ainda tivemos as canções “Lionheart” e “Sacrifice”, carros chefe dos seus ótimos álbuns em outras décadas, e agora PRECISO FALAR DO PÚBLICO, NÉ?

Um capítulo a parte. Bem, com esse repertório que descrevi acima, os muitos senhores barrigudinhos, ostentando suas cabeleiras brancas, se não infartaram, é porque o coração está uma beleza, aprovado! Muita emoção, choro, vibração, e todos se abraçavam numa vibe parecida com uma espécie de reveillon, com todo o impacto de grande acontecimento e comoção. Foi bonito demais de se ver!!!

Agora vamos a banda. Quarenta anos sem interrupção de atividades não é para qualquer um. Remanescentes desde o início estão o vocalista Biff Byford, o guitarrista Paul Quinn e o baterista Nigel Glocker. Os outros integrantes estão há um bom tempo na banda, o baixista Nibbs Carter e o guitarrista Doug Scarratt. E sem essa de idade avançada, o “coro comeu”!!!

Era nítido o entusiasmo da banda com a comoção do público carioca! Biff com sua vestimenta característica, é o carisma em pessoa, literalmente com um assovio (os fãs entenderão) consegue o que quer da platéia. E a voz, vai muito bem obrigado! Nibbs no baixo é o mais empolgado, parecendo um garoto de 20 anos. Ok, ele é o mais novo na banda, mais nem tanto, isso não quer dizer muita coisa. Além de grande músico, o cara se acaba no palco, chega a ser comovente seu tesão em tocar. Nigel é um monstro nas baquetas, com precisão e técnica absurda, e a dupla de guitarristas é uma das grandes “dobradinhas” desse estilo, entrosamento, feeling, velocidade e técnica!

SAXON, sem essa de abandonar o Rio de Janeiro agora, heim??? E só nos resta torcer para que essa grande instituição do rock pesado, perdure por muitooooooooooo mais tempo nos palcos da vida…

Texto por Alessandro Iglesias

Fotos de Cariocaz e Vanessa Pinto

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