Zé Ramalho faz Metropolitan virar sertão

Ramalho

Um dos maiores poetas do Brasil, completou ontem (3), 66 anos, mas quem recebeu os lindos presentes foram os fãs que aguardavam Zé Ramalho na casa de espetáculo Metropolitan. Considerado o Bob Dylan do sertão, o cantor paraibano trouxe aos cariocas a excursão “2015 Tour” que nada mais é do que um brinde aos seus maiores sucessos desses quarentas anos de carreira. Mas, o que falar de Zé? Bom, trovador, genial, magistral em suas letras. Respeitado, na música pop e no Rock and Roll. Já fez disco dedicado a Bob Dylan, a Raul Seixas. Tocou com uma das maiores bandas de Heavy Metal brasileira, o Sepultura, no festival Rock In Rio. E seu último trabalho é o DVD e CD ao vivo Fagner & Zé Ramalho, lançado em 2014, com gravações de suas composições em parceria.

“As borboletas estão voando…” imaginem o quão sensacional foi ouvir as primeiras frases desta pérola da Música Popular Brasileira ecoando nas paredes e invadindo o seu cérebro num frenesi de êxtase!! Era o prenuncio de que tudo só estava apenas começando. O inicio de uma viagem astral. E “Kryptônia” do disco Orquídea Negra, de 1983, continuou o tom viajante com o seu refrão alucinógeno: “Um asteroide pequeno que todos chamam de Terra…” Maravilhoso!! E a chuva de clássicos só estava apenas começando. No entanto, a apresentação não ficou na calmaria. Uma sequencia de canções com uma roupagem mais forte e poderosa fez o Metropolitan virar sertão. Canções como, “Taxi Lunar” e uma versão bem diferente da lamuriosa e dramática (no bom sentindo, claro) de” Garoto de Aluguel”, tiveram uma pegada mais frevo e mais potente. Ficou demais!!! Foi lindo ver o público de várias gerações correspondendo as belíssimas poesias de “Vila do Sossego”, “A Terceita Lâmina” e a sexy “Chão de Giz” com sua frase afirmativa que o “sexo é assunto popular”. Muitos gritos nesta hora (risos)! Porém, os urros e berros ficaram guardados para as bob dyllianas “Avohai” e “Admirável Gado Novo”. A troca do artista com o público neste dois momentos foi espetacular.

O show também contou com várias homenagens e uma delas foi dedicada ao grande Raulzito. “Gitá” e “Medo da Chuva” fez a galera vibrar de emoção e cantar junto. Que divino! Que sublime! Ficou perfeito!

Infelizmente, a apresentação estava caminhando para reta final. Com uma pequena introdução de Beat It, de Michael Jackson (um detalhe que não podia deixar de falar), Frevo Mulher fez o público pular, dançar e cantar, mas ainda não era fim. Zé Ramalho se despediu, mas ainda faltava o bis. E foi com “Sinônimos” e “A Vida de Um Viajante”, do saudoso Luiz Gonzaga, que a apresentação se encerrou com chave de ouro. Foi um showzaço! Para quem compareceu, certamente, se lembrará desta noite como um momento inesquecível e emocionante do começo ao fim.

Por Milena Calado

Foto tirada de um vídeo no YouTube

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