Coldplay encanta Rock in Rio em noite de Camila Cabello e Maria Rita poderosas; Djavan se destaca com hits

Por Bruno Guedes

O penúltimo dia do Rock in Rio aconteceu de forma apoteótica neste sábado (10), na Cidade do Rock. Com um espetáculo de luzes e cores, o Coldplay apresentou todos os seus sucessos para uma plateia empolgada. Antes deles, Camila Cabello brilhou com hits e dança. Lenda da MPB, Djavan levou sua vasta discografia para várias gerações.

No Palco Sunset, o destaque foi Maria Rita. Passeando por diversas canções do samba e da música nacional, a cantora levantou a plateia. O mesmo aconteceu com Ceelo Green e sua ótima banda.

Confira como foram os shows:

PALCO SUNSET

Divulgação / Rock in Rio

A tarde começou com Bala Desejo. O grupo formado por Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra misturou ritmos e gêneros diversos no palco que já estava lotado.

O show começou com “Embrulha pra viagem”, mostrando muitas influências da Tropicália e da MPB dos anos 60 e 70. Entre outras canções, “Nana del caballo” e “Lambe lambe”. Ao final, o frevo “Baile de máscaras” mostrou que festival neste sábado seria de brasilidades.

Divulgação / Rock in Rio

Foi o que aconteceu quando Gilsons subiu para se apresentar com Jorge Aragão. O trio usou o álbum de estreia, “Pra gente acordar”, lançado em 2022, como base do show.

Francisco, João e José mostraram entrosamento. Os três são herdeiros de Gilberto Gil, sendo os dois primeiros netos e o último, filho.

Ao receberem Aragão, o público explodiu. O sambista cantou “Eu e você sempre” e “Vou festejar”, composições próprias de sucesso. O encerramento do quarteto foi com “Várias queixas”, regravada pelo Olodum.

Divulgação / Rock in Rio

Em seguida o Palco Sunset se transformou numa enorme roda de samba. Em um show poderoso e de repertório que foi cantado pela plateia do início ao fim, Maria Rita mostrou sua força no cenário da MPB.

Com bastate hits de “Samba Meu”, álbum de 2007 que fez sucesso, a cantora ainda interpretou “Sorriso Aberto”, que explodiu com Jovelina Pérola Negra, e “Canto das 3 Raças”, outro hit com Clara Nunes.

Assim como Gilsons, fez homenagem a Jorge Aragão. Interpretou “Tendência”, “Lucidez” e “Eu e Você Para Sempre”. Em todas, com o público respondendo. Visivelmente emocionada, Maria ainda cantou “O Bêbado e a Equilibrista”, ícone da música nacional com sua mãe, Elis Regina.

Depois foi a vez de “Ladeira da Preguiça”, de Gilberto Gil, além de “O show tem que continuar”, de Arlindo Cruz e parceiros. Mas ele acabou não continuando. O encerramento foi “É”, de Gonzaguinha, “O homem Falou” e “Vou Festejar”.

Divulgação / Rock in Rio

Voltando ao festival após cinco anos, CeeLo Green já contagiou o público na entrada, com seu visual que remetia ao anime Dragon Ball Z. Com muito swing e soul music, o americano mostrou sua força vocal e uma banda impecável.

Em um dos grandes momentos da apresentação, Luísa Sonza entrou para cantar “It’s a Man’s Man’s Man’s World”, de James Brown. O palco lotado, mesmo com a chuva, recebeu aos gritos a gaúcha para sua terceira aparição.

Durante a música, Ceelo questionou, em inglês: “Como se diz “girl power” (poder feminino). Sem pensar, Luísa responde: “A gente é foda pra caralho”, em português.

Quando ecoaram “Cost to be the boss” e “The payback”, fãs faziam danças em frente ao palco. Após a banda “ameaçar” tocá-la algumas vezes durante o show, o megahit “Fuck You” veio ao final do show.

PALCO MUNDO

Divulgação / Rock in Rio

Há poucos artistas no Brasil que podem ser chamados de influentes em várias gerações. Um deles subiu ao Palco Mundo: Djavan. Com um público de jovens, o cantor e compositor foi reverenciado por sua vasta obra de sucessos.

O show começou com “Sina”, uma das mais famosas do alagoano de 73 anos. Sem tempo para respirar, ainda vieram “Acelerou” e “Eu Te Devoro”, respondidas com muito coro e aplausos.

Um dos destaques foi a segura e ótima banda do artista. Com voz impecável, demonstrou o porquê ser considerado um dos maiores compositores de todos os tempos da MPB. Do novo trabalho vieram “Num Mundo de Paz” e “Iluminado”.

Nas românticas “Oceano” e “Um Amor Puro”, muitos casais pareciam dançar com o clima tomado na Cidade do Rock. O que mudou ao explodir, em sequência, “Flor de Lis”, “Samurai” e “Lilás”. Um show à altura da grandiosidade do festival.

Divulgação / Rock in Rio

A Bastille subiu logo depois, já sob chuva que começava a apertar no Rio. Mas a reação seca da plateia parece ter incomodado o vocalista Dan Smith.

O grupo, que participa geralmente de festivais alternativos, como Lollapalooza em 2015, até tentou misturar ritmos e conversar com o público. Entretanto, em “Happier”, “Pompeii” e cover de “Rhythm of the night”, da Corona, que a resposta positiva aconteceu.

Num dos momentos finais, chegou a pedir desculpas por estar no Palco Mundo. Uma apresentação boa, mas longe de ter sido à altura do dia.

Divulgação / Rock in Rio

Camila Cabello não entrou para brincar no Palco Mundo. Sem mudanças de cenografias ou de roupas, apostou pesado na voz e nas músicas. E funcionou.

Com um bom grupo de bailarinos, a cubana não poupou danças e carisma. A abertura foi logo com seu mega sucesso “Señorita”. A tônica do show foi um passeio pelas obras da discografia recente, como “Romance” e “Familia”.

Com seu macacão amarelo e muitas luzes, enfileirou canções como “She Loves Control”, “Liar” e “Hasta los dientes”. Arriscando um português com inglês, seguiu com hits como “Shameless” e “Lola”.

No entanto, a explosão aconteceu com o funk “Ai, Preto”. O grande hit brasileiro teve a participação de L7nnon, Mc Bianca e Dj Biel do Furduncinho.

Por fim, seu maior sucesso, “Havana”, deu ritmos finais com “Bam Bam” e “Don’t Go Yet”. Um ótimo show, onde o destaque foi o talento.

Divulgação / Rock in Rio

Com superprodução, o Coldplay encheu a Cidade do Rock de luzes e cores. Chris Martin e cia abriram com “Music of the Spheres”, para delírio da plateia que aguardava. Alguns há quase 18 horas.

E a apresentação teve a reação esperada: coros e muita interação. Na quarta canção, os britânicos soltaram de uma só vez todos os grandes hits da carreira: “Paradise”, “Viva La Vida”, “The Scientist” e “Yellow”

Em “Viva La Vida”, Chris pediu que a banda recomeçasse e repetiu o coral de 100 mil vozes. Mesmo debaixo de muita chuva, os fãs pareciam não se importar e cantavam.

Martin, inclusive, usou e abusou de conversar com os presentes. Como logo após “My Universe”, música de sucesso com os sul-coreanos do BTS.

Contudo, sem dúvidas, o grande diferencial do show foram as pulseiras hightechs. Através de luzes que acendem de acordo com o comando externo, o público interage com a banda apenas com as mãos para o alto. Um efeito muito além das qualidades musicais.

Na hora de “Magic”, Chris inovou: cantou em português. Mesmo sem conseguir pronunciar exatamente as palavras, a novidade funcionou. Assim como o “Parabéns para você”, pelo aniversário do guitarrista Jonny Buckland, cantado pelo Rock in Rio inteiro.

Ao final, uma linda versão de “Fix You” finalizou o show que de fato consertou até mesmo o mau tempo que fazia no Rio de Janeiro.

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